Infraestruturas críticas ganham mais inteligência e segurança com biometria facial por vídeo
Nos últimos anos, à medida que mais e mais dispositivos foram sendo conectados à internet, rompendo a barreira entre os mundos físico e virtual, os ataques cibernéticos às infraestruturas críticas tiveram crescimento exponencial. Os principais alvos tem sido aeroportos, usinas de geração de energia, serviços governamentais, estádios para grandes eventos e espaços públicos, que se tornaram alvos fáceis para ataques físicos e cibernéticos devido ao efeito dominó que criam.
E a previsão é que os ataques continuem a aumentar e fiquem ainda mais sofisticados, aponta estudo da Frost & Sullivan encomendado pela NEC. No caso específico da América Latina, onde o nível de proteção das empresas e das cidades para enfrentar essa escalada ainda é incipiente, a consultoria ressalta a importância estratégica para os países da região de repensar as questões envolvendo segurança cibernética.
“O número de ataques a infraestruturas críticas continua a aumentar, transformando-as em alvos fáceis para potenciais ataques físicos e cibernéticos. Por isso, é essencial que autoridades e empresas minimizem os riscos com soluções físicas e cibernéticas integradas”, diz Joe Fristensky, analista global de TICs da Frost & Sullivan.
Uma das tecnologias-chave para a proteção e segurança dessas infraestruturas, segundo o analista, é a de reconhecimento facial (do inglês, face recognition). “Hoje, ela é aplicada desde a identificação criminal, para proteger o acesso a infraestruturas críticas, até a segurança em aeroportos, postos de fronteiras, estádios, locais públicos e instalações governamentais”, enumera.
A biometria facial evoluiu significativamente ao longo dos dois últimos anos com a incorporação de recursos de análise de eventos em vídeo, que permitem o reconhecimento em movimento de diversas pessoas simultaneamente, para proteger o acesso a infraestruturas críticas e prevenir atividades criminosas.
Isso, de acordo com o diretor de Soluções e Engenharia da NEC Latin America, Wagner Coppede, representou um enorme passo, já que o uso de imagens de vídeo de câmeras de vigilância comuns em ambiente não colaborativos (onde as pessoas não necessariamente sabem onde está a câmera) permite usar reconhecimento facial, por meio de técnicas altamente avançadas com alto nível de acerto da identificação, quando comparado ao reconhecimento de imagens estáticas em ambientes que as pessoas se apresentam com o objetivo de serem identificadas.
“As imagens são muito influenciadas por condições ambientais, como localização da câmera, qualidade da imagem, iluminação, além do comportamento da pessoa, incluindo velocidade, direção do rosto e linha de visão, daí a necessidade de integrar alta tecnologia de reconhecimento facial para garantir alto nível de precisão na identificação”, explica.
O especialista da NEC observa que em ambientes como aeroportos e postos de fronteiras, vitais para a segurança, a “biometria em movimento”, sem a necessidade de uma abordagem individual, reduz as filas e o tempo de espera, melhorando a experiência de viagem, além de tornar esses ambientes mais seguros e inteligentes.
A NEC vem desenvolvendo a tecnologia de reconhecimento facial por quase 30 anos e é hoje uma das principais fornecedoras de sistemas de biometria em movimento. A sua tecnologia hoje já está implementada em mais de 100 sistemas em 40 países em todo o mundo.
Recentemente, o sistema da companhia japonesa, que integra o NeoFace, ferramenta que utiliza algoritmos de inteligência artificial (IA) para o reconhecimento facial, obteve a avaliação de alto desempenho no teste de Avaliação Facial em Vídeo (FIVE, do inglês Face in Video Evaluation), realizado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), órgão responsável pela análise de padrões e desempenho de tecnologias ligado ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Os testes tinham como propósito reconhecer um indivíduo de cada vez, enquanto caminham naturalmente por uma área, sem perceber ou parar na frente da câmera. A tecnologia de reconhecimento facial da NEC obteve o primeiro lugar com uma precisão correspondente de 99,2%. As outras 16 tecnologias que participaram dos testes conseguiram índice de no máximo 96%. Nos testes realizados em um estádio coberto, a precisão do sistema da NEC foi de 85,4%, contra 61,4% dos demais participantes.
Para conseguir o reconhecimento facial de uma imagem de vídeo com alta confiabilidade, Coppede explica que a NEC desenvolveu uma tecnologia de ponto de extração que permite a identificação do rosto de uma pessoa dentro de um grupo com alta precisão, mesmo que ele esteja parcialmente escondido ou a imagem seja captada de diferentes ângulos.
“A tecnologia de reconhecimento de rosto da NEC também usa tecnologias de deep learning [aprendizado hierárquico] para correspondência de rosto para aumentar a precisão a um nível em que um indivíduo pode ser identificado por uma imagem de rosto de baixa resolução capturada por uma câmera distante”, garante ele.
O relatório da Frost & Sullivan salienta que os ataques realizados em sistemas de transporte, água, telecomunicações, energia, serviços financeiros e governamentais e de saúde têm a capacidade de desestabilizar a economia de um país. Em razão disso, enfatiza a importância da utilização de tecnologias de ponta como Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) e biometria facial, entre outras.
Fonte: computerworld