Inteligência artificial deve ganhar força e ditar futuro de negócios digitais
Analista do Gartner, David W. Cearley, acredita ainda que toda solução será um software ou uma ‘coisa’ inteligente
Tudo o que se discute sobre inteligência artificial, realidades virtual e aumentada, entre outras tendências, deve ganhar um tempero a mais nos próximos anos, quando de fato esses tópicos passarem a dominar o dia a dia das empresas om aplicações inimagináveis até pouco tempo. Diante do cenário pintado por David W. Cearley, analista do Gartner, as grandes tendências para os próximos anos (a lista segue abaixo), serão amplamente influenciadas e afetadas por inteligência artificial, que estará totalmente no front e servirá de base para suportar o futuro dos negócios digitais.
Cearley lembra que diversos fabricantes já investem para incorporar em seus produtos componentes de inteligência artificial, como Salesforce, Oracle e Microsoft. Outras, como a IBM, têm apostado ainda mais forte, mas o fato é que na ponta, as empresas ainda não conseguiram desenvolver soluções e/ou modelos de negócios que realmente desafiem o status quo das coisas. Durante sua explicação, o analista lembrou, por exemplo,
Mesmo quando falamos de realidades virtual e aumentada, ainda há muito que ser explorado em termos de aplicações de negócio e experiência do usuário, indo muito além dos óculos ofertados por Google e Samsung atualmente. “Não são só óculos, mas soluções focadas em resultados de negócio e entretenimento. Os próximos 18 meses dirão muito sobre isso”, afirmou Cearley.
Para o especialista, várias das tendências listadas, como aplicativos inteligentes, aprendizagem avançada de máquina, blockchain e sistemas conversacionais, são possíveis porque muitas das tecnologias base para que elas aconteçam estão atingindo seu ponto de maturidade.
“O que as empresas precisam é olhar para os problemas e depois para tecnologia e não o contrário como costumam fazer”, comentou. “Estamos no estágio inicial de grandes mudanças no mercado, sobretudo na forma como as pessoas vivenciam a tecnologia. Cloud, por exemplo, segue sendo importante, mas o momento atual é da inteligência artificial.”
Abaixo, seguem as 10 tendências estratégicas pelo Gartner para 2017:
Inteligência artificial e aprendizagem avançada da máquina: as técnicas avançadas cada vez mais ultrapassam os algoritmos tradicionais baseados em regras para criarem sistemas que entendam, aprendam, prevejam, adaptem e operem de forma autônoma.
Aplicativos inteligentes: aplicativos inteligentes como VPAs realizam algumas das funções que um assistente humano faria todos os dias tornar-se mais fácil e seus usuários mais eficazes.
Coisas inteligentes: elas se referem às coisas físicas que vão além da execução de modelos de programação rígidos para explorarem a inteligência artificial e a aprendizagem de máquinas para comportamentos mais sofisticados e interação com mais naturalidade no ambiente que os cerca.
Realidades virtual e aumentada: são tecnologias que transformam a forma como o indivíduo interage com outros e com os sistemas de software. As capacidades delas devem se unir à malha digital para formarem um sistema mais contínuo de aparelhos capazes de orquestrar um fluxo de informação que vem ao usuário com aplicações e serviços personalizados.
Gêmeo digital: trata-se de um modelo dinâmico de software de uma coisa física ou sistema que se encontra em dados de sensores para entender o seu estado, responde a mudanças, melhora operações e agrega valor.
Blockchain e registros distribuídos: os conceitos ganham força por prometerem transformar os modelos tradicionais da indústria. Embora o uso mais frequente seja na indústria financeira, as oportunidades extrapolam esse setor.
Sistemas conversacionais: embora o foco atual para interface conversacional esteja voltado para chatbots e aparelhos habilitados por microfones, a malha digital abrange um conjunto maior de pontos que as pessoas usam para acessar aplicativos e informações.
Aplicativo de malha e arquitetura de serviços: nesse ambiente, os aplicativos móveis, para web, desktop e IoT se conectam a uma malha ampla de serviços de retaguarda para criarem o que os usuários enxergam como um aplicativo. A arquitetura encapsula os serviços por meio de APIs, equilibrando a demanda por agilidade e aumento de serviços.
Plataformas de tecnologia digital: fornecem os alicerces básicos para um negócio digital e facilitam a criação de um negócio digital. O Gartner identificou cinco pontos que permitem capacidades e modelos dos negócios digitais: sistemas de informação, experiência do cliente, análise e inteligência, IoT e ecossitemas comerciais.
Arquitetura de segurança adaptável: malha inteligente digital e as plataformas de tecnologias digitais relacionais e as arquiteturas do aplicativo criam um mundo cada vez mais complexo para a segurança. Por sua vez, as tecnologias estabelecidas de segurança devem ser usadas como base para a segurança de plataformas de internet das coisas.
Fonte: ComputerWorld